domingo, 7 de julho de 2013

Importância do debate para a sociedade

Reforma Política
Depois daquela onda de manifestações no pais inteiro, uma proposta de Reforma Política veio para mesa de negociação entre Manifestantes, Governo, Judiciário e Congresso Nacional.
É a chamada “Reforma das Reformas”.   Necessária e em discussão no parlamento a mais de 18 anos, um absurdo diria.    Culpa dos “políticos” diriam obviamente todos em coro uníssono.    Na verdade é o que ouvimos diuturnamente nas grandes redes de comunicação, portanto é verdade mesmo...
Mas, como gosto muito de questionar o que aparentemente parece verdade absoluta, convido a todos a observarem no microscópio da verdade alternativa o que realmente acontece: a tal chamada classe política não existe de uma forma única.  Ela é na verdade uma colcha de retalhos de interesses diversos. Temos “políticos” médicos, grandes produtores de terra, pequenos agricultores, sindicalistas, empresários, advogados, professores, religiosos, jornalistas e tantos outros.  Alguns estão em partidos onde defendem concepções maiores que seus interesses corporativos, outros não.
Tem os que são financiados pelas empreiteiras, pelos bancos, pelas organizações de classe empresariais e de trabalhadores, e os poucos que não são.  Muito poucos.
Talvez esteja de novo exagerando, mas a grosso modo é isso.  Vida real.
Será que alguém representa algum interesse que não aquele que você houve dos candidatos nas eleições?   Melhor, quais os partidos que tem uma linha programática capaz de resistir a pautas majoritariamente de interesse de grupos poderosos da sociedade brasileira?  Se não fossem as injustiças geradas por esse sistema que a humanidade criou, tudo pareceria normal.
Ah! Mas esqueci de um detalhe importante:  as grandes corporações empresariais estrangeiras também jogam esse jogo.  Portanto devemos inclui-las nesse sistema difícil de entender e de interferir com demandas populares.
Bem, mas e você?  Como pretende de forma permanente interferir? Aliás, deseja interferir? Conhecer e se aprofundar para ter condições de equilibrar as disputas de interesses?
Disputar ideias e concepções é parte fundamental desse jogo.  
Como tudo para o qual nos mobilizamos na vida, é preciso estar preparado.
2ª PARTE
O Deputado Henrique Fontana(PT-RS), vem se desdobrando a mais de dois anos  como relator da proposta em discussão no Congresso, para aprovar um texto que estabeleça mudanças importantes no processo eleitoral do país.    Um dos temas centrais é o financiamento de campanha: privado ou público?   Devemos permanecer com a atual realidade em que as campanhas são financiadas principalmente pelas empresas?
O fato de que a sociedade não se reconheça representada no Congresso, embora seja ela que o elege, se dá por isso, pela forma como as campanhas refletem o peso do dinheiro e condicionam fortemente a suposta liberdade de escolha dos cidadãos através do voto.
Uma aprovação do financiamento público vai encontrar grandes resistências – em setores economicamente poderosos da sociedade e boa parte dos partidos  Alguns partidos mais conservadores e partidos de aluguel buscam sabotar o plebiscito ou se opõem diretamente a ele. 
Mas Reforma Política não se refere apenas a questões sobre eleições.   Nela podemos incluir formas de participação direta que hoje não existem.   Mecanismos de decisão sobre o orçamento federal e dos estados, onde a sociedade possa a cada tempo influenciar nos objetivos estratégicos do país.
Porque não, cada um de nós assumirmos maior responsabilidade?   Todo processo de reivindicação traz em si uma necessária renovação ou mudança da forma de fazer aquilo que se critica.   É uma oportunidade que não podemos perder.
Por isso a ideia de Constituinte Exclusiva para elaborar uma ampla Reforma Política, no meu entender, seria o melhor caminho para envolver de forma mais qualificada as pessoas e as entidades organizadas.    Uma eleição de Parlamentares para esse fim específico tornaria o tema e seus meandros, de conhecimento da maioria, o que daria um salto de politização tão necessária para todos, oportunizando principalmente aos mais jovens um contato positivo com a política.
Embora tenhamos tantas dúvidas nesse momento, disso eu não tenho: o Brasil é um país que cresceu e se desenvolveu bastante nos últimos anos, gerou oportunidades para seu povo, e precisa agora de mais democracia, só isso.

Vilson Roberto

Ex-Prefeito de Cruz Alta  -  2005/2008 e 2009/2012

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