Combater a Cultura
Autoritária
-Também uma
pauta política importante nesses tempos-
No passado, em algumas
nações a população se convenceu de que esse era o melhor caminho.
Algumas
pessoas não entenderam porque escrevo sobre o autoritarismo. É porque precisamos afirmar e consolidar no
mundo uma cultura de paz. Fazer um bom combate, contrapor uma visão de
violência no trato das divergências de ideias, por uma capacidade cada vez
maior de negociar e construir consensos.
Esse,
aliás, é um dos grandes desafios atuais da humanidade. Com tanta informação e tecnologias
disponíveis para se comunicar, estamos cada vez mais próximos e distantes uns
dos outros. Um paradoxo intrigante e de
desfecho ainda imprevisível.
Por
isso é importante atuar na defesa de valores significativos principalmente para
os jovens, vislumbrando com isso uma geração mais inteligente no trato de suas
emoções e na relação de poder.
Eu
não sou daqueles que procuram estigmatizar instituições ou pessoas quando falo
dos tempos da ditadura militar. Muitos se equivocaram na época, inclusive parte
dos que deram o golpe pensando em devolver o poder pouco depois, e também foram
traídos com o Golpe dentro do Golpe, como agora é de conhecimento de todos
através dos relatos de quem viveu aquela época.
O
importante é não deixar repetir os mesmos equívocos. Não ficar facilmente influenciável por apelos
ditos nacionalistas que muito se assemelham ao que foi produzido pelo Fascismo
no século passado.
Mas
o que me preocupa é a cultura autoritária impregnada em muitos de nós. Percebemos sua força na forma de julgar os
erros dos outros e na maneira que tratamos os desafetos. Quando queremos que a
justiça seja justa somente para os inimigos, por exemplo.
Vejam
o debate sobre a violência envolvendo jovens, em que a saída para alguns é a
redução da idade penal. Respeito, mas
será que o melhor não seria optarmos por políticas sociais mais eficientes, e
investimentos maiores nos espaços reservados para políticas de ressocialização
de menores infratores?
O
fenômeno dos adolescentes em conflito com a lei é complexo e envolve questões
técnicas e éticas; sistemas e sujeitos; fatos e contextos; coletividades e
subjetividades.
Outro
ponto que me chama a atenção sobre nossa cultura autoritária, se estabelece nas
relações de trabalho, nas relações de poder quando deixamos claro nossa soberba
ao tratar com os “subalternos”, como alguns se referem. Deixando
escapar as vezes um intimo olhar que a sombra das palavras oculta. Ter
autoridade é diferente de ser autoritário, é como liderança: “se precisa provar que é, então você
não é.“
Como
não somos perfeitos, cuidemos todos nós de acertar mais. De querer de verdade e com veemência melhorar
e tornar o mundo melhor. Nossa natureza
pessoal as vezes se mostra dura e feroz, no entanto, podemos resistir e fazer
pausas como escreveu Érico Veríssimo: “
Precisamos, entretanto, dar sentido mais humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos
estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e
as aves do céu.”
Bom
domingo a todos.
Vilson Roberto
Ex-Prefeito de Cruz Alta – 2005/2008
e 2009/2012
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