Verba recorde (R$ 39 bilhões), criação da ANATER e garantia de previdência rural marcam o novo Plano Safra da Agricultura Familiar
“Hoje, reafirmamos vários
compromissos, mas o mais importante deles é que a agricultura familiar pode
ser, sim, uma alavanca social para o crescimento e o desenvolvimento de nosso
país”, disse a presidenta lembrando que o Plano Safra não é composto apenas de
recursos financeiros, mas de um conjunto de ações que impulsionam todas as
cadeias produtivas do setor.
Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, o
Plano Safra transforma vidas e planta o futuro. “Com este plano, asseguramos
mais renda e mais recursos para os nossos agricultores. Estamos criando o
Pronaf Inovação, que vai garantir a modernização das propriedades rurais. São
juros de 2% e prazo de até 15 anos para pagar. Esta modalidade de financiamento
permitirá investimentos no cultivo protegido de hortifruti, atualização
tecnológica para bovinocultura de leite e automatização para a suíno e
avicultura”.
Pepe ainda destacou a importância do Programa Mais Alimentos para
a modernização das propriedades rurais e a diminuição da penosidade do trabalho
no campo. “Desde sua criação, o Mais Alimentos tem permitido que os
agricultores invistam em suas propriedades. Temos comercializado, nesta linha,
uma média de 10 mil tratores a cada ano”.
Para o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT/RS),que é presidente
da Frente Parlamentar Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural e da
Frente Parlamentar Nacional da Previdência Rural, 6 de junho passa a ser uma
data histórica para a agricultura familiar brasileira. “Nesta data, está sendo
criada a Anater e obtivemos a garantia da presidenta Dilma de que os
trabalhadores rurais que montarem agroindústrias, não perderão a condição de
segurado especial da Previdência Social. São conquistas fundamentais do campo
brasileiro, de modo muito especial, da agricultura familiar."
ANATER
Além da verba recorde para a agricultura familiar, Dilma e Pepe
anunciaram a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). A agência vai
articular as ações de todo o governo e da Embrapa. “A Anater levará assistência
técnica ao produtor rural em todas as etapas da produção e atuará de forma
articulada com a Embrapa para a transferência de tecnologia. Vamos criar uma
grande integração entre a pesquisa rural e a assistência técnica e ampliar o
número agricultores atendidos” garantiu o ministro.
Conforme Pepe, a Anater terá três linhas básicas de atuação:
credenciar entidade públicas e privadas que prestam os serviços de Ater em todo
o país, contratar serviços para atender agricultores de todos os portes e
qualificar os serviços de assistência técnica e extensão rural. “A agência vai,
também, monitorar e avaliar os serviços prestados e estabelecer um processo de
acreditação que premiará as melhores performances com vistas a oferecer bônus
às entidades que oferecerem os trabalhos mais qualificados”.
O deputado Bohn Gass ressalta que a criação da Anater consolida a
opção um novo tempo no campo brasileiro. “Estamos recuperando um serviço
público fundamental que foi sucateado pelos governos que nos antecederam. E com
um diferencial importantíssimo: a nova agência terá representantes da Contag,
Fetraf, CNA e OCB em seu Conselho de Administração. Ou seja, quem faz
agricultura no Brasil terá voz na definição das prioridades da Anater.” Bohn
Gass destaca, ainda, o papel da nova agência na transferência de tecnologia da
Embrapa para os agricultores familiares e na priorização da produção orgânica e
agroecológica.
NOVIDADES NAS COMPRAS PÚBLICAS
O novo Plano
Safra garantiu, ainda, a ampliação do limite das Compras Públicas do Governo
Federal por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Alimentação
Escolar (Pnae). No PAA, o limite de aquisição anual por família passa de R$ 4,5
mil para R$ 5,5 mil. Para as famílias ligadas às cooperativas, o limite passa
de R$ 4,8 mil para R$ 6,5 mil. No caso de cooperativas que tenham ao menos 50%
dos cooperados com perfil de pobreza e que produzam exclusivamente alimentos
orgânicos, agroecológicos ou oriundos da sociobiodiversidade, o limite de venda
por familiar chega até R$ 8 mil. Para o Pnae, o Governo Federal reservou R$ 1
bilhão. “As compras públicas dão tranquilidade a quem produz os alimentos dos
brasileiros. E produzir com a certeza de que poderá comercializar é um direito
que os trabalhadores rurais brasileiros só conquistaram a partir do momento em
que os governos do PT assumiram o país”.
PREVIDÊNCIA RURAL
Outra grande novidade do Plano Safra da Agricultura Familiar foi o
anúncio, pela presidenta Dilma, que o Governo Federal enviará ao Congresso um
projeto de lei para garantir a condição de segurado especial da previdência aos
agricultores familiares proprietários de agroindústrias. A medida, segundo Bohn
Gass, reflete o compromisso do Governo Federal em impulsionar o desenvolvimento
e a formalização no meio rural. “Esta é uma notícia muito importante para os
agricultores gaúchos já que em nosso estado temos muitas agroindústrias. A
manutenção deste direito é uma conquista histórica.”
10 ANOS DE PLANO SAFRA
No aniversário de 10 anos de
existência, o Plano Safra da Agricultura Familiar acumula bons resultados.
Segundo dados do MDA, nesta década, foram disponibilizados mais de R$ 97
bilhões com 80 mil máquinas financiadas e 2,5 milhões de famílias da
agricultura familiar atendidas. A renda da agricultura familiar cresceu 52%, o
que permitiu que mais de 3,7 milhões de pessoas ascendessem para a classe
média. A agricultura familiar é responsável por 4,3 milhões de unidades
produtivas – o que representa 84% dos estabelecimentos rurais do país; 33% do
Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário e 74% da mão de obra empregada no
campo.
A mais importante política pública para a agricultura familiar, o
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) passou de
R$ 4,2 bilhões no primeiro Plano Safra para R$ 18 bilhões na safra 2012/2013,
uma ampliação de 300%.
NO RS
No Rio Grande do Sul, a
agricultura familiar representa 86% das propriedades rurais. São cerca de 378
mil famílias que vivem e produzem em 6 milhões de hectares. Estes agricultores
são responsáveis pela produção de 84% do feijão, 85% do leite, 66% do milho e
80% da aves e garante a ocupação da grande maioria da mão de obra no meio rural.
Enquanto a agricultura tradicional emprega apenas 2 trabalhadores para cada 100
hectares, as propriedades da agricultura familiar chegam a ocupar 16
trabalhadores para a mesma área.
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