Publicado em 11/06/2013
Janio desmonta
Saiu na Folha (*), habitat de notáveis “pesquisólogos”:
Janio de Freitas
Há duas inflações: uma real, indesejável mas suportável, e outra que é originária de intenções políticas.
Os entrevistados e os que escreveram sobre a queda de oito pontos na avaliação positiva de Dilma Rousseff, constatada pelo Datafolha, expõem uma visão peculiar em dois sentidos. Primeiro, e mais importante, no que se pode ter como a unânime (sem os petistas) visão de um significado de extrema força, na perda. Segundo, pela maneira também unânime como a inflação é vista nas avaliações, um fato com consequência política, mas sem antecedente político.
Por um gráfico da Folha de ontem, via-se que Fernando Henrique chegou aos dois anos e meio do primeiro mandato com avaliação de presidente ótimo/bom por 39% dos entrevistados. Lula chegou aos primeiros dois anos e meio do seu governo com avaliação ainda mais baixa, de 36%. E com avaliação de regular e ruim/péssimo altíssima, somados, de 63%, contra sofríveis 58% de Fernando Henrique.
Mesmo com a perda de oito pontos em idênticos dois anos e meio do seu mandato, Dilma Rousseff ainda recebe 57% de conceito ótima/boa presidente. Mais 18 pontos do que Fernando Henrique e 21 acima de Lula. E, na soma dos conceitos regular e ruim/péssima, os seus 42% são 16 pontos menores que os de Fernando Henrique e 21 menores que os de Lula.
Ainda uma constatação curiosa: entre o Datafolha de março e o de agora, intervalo em que se registra a perda dos oito pontos, a opinião de regular e ruim/péssima sobre Dilma aumentou apenas um ponto, de 41% para 42% –na margem de erro, portanto.
Que efeito tiveram aqueles humilhados números de Fernando Henrique e de Lula na busca das respectivas reeleições? Rigorosamente nenhum. Nem mesmo algum efeito dificultante do processo de construção, nos meses seguintes, das duas vitórias.
(…)
As deduções mais negativas correspondem, suponho, ao clima propagado nos meses em que se deu a perda dos oito pontos por Dilma. Pode-se dizer que, nos comentários todos, a inflação é a causa da perda. Ou a principal. A pesquisa contém indício claro nesse sentido. Mas o que a mim parece também claro é que não foi propriamente a inflação sentida, foi a inflação ouvida e lida. Posta nas cabeças pela artilharia com que os meios de comunicação fazem os índices vizinhos do limite, a tal “meta” estabelecida há meses, parecerem uma explosão inflacionária.
(…)
Janio desmonta
o Datafalha
Posição da Dilma é melhor do que a de Lula e FHC no meio do primeiro mandato.
Saiu na Folha (*), habitat de notáveis “pesquisólogos”:
Outra visão
Janio de Freitas
Há duas inflações: uma real, indesejável mas suportável, e outra que é originária de intenções políticas.
Os entrevistados e os que escreveram sobre a queda de oito pontos na avaliação positiva de Dilma Rousseff, constatada pelo Datafolha, expõem uma visão peculiar em dois sentidos. Primeiro, e mais importante, no que se pode ter como a unânime (sem os petistas) visão de um significado de extrema força, na perda. Segundo, pela maneira também unânime como a inflação é vista nas avaliações, um fato com consequência política, mas sem antecedente político.
Por um gráfico da Folha de ontem, via-se que Fernando Henrique chegou aos dois anos e meio do primeiro mandato com avaliação de presidente ótimo/bom por 39% dos entrevistados. Lula chegou aos primeiros dois anos e meio do seu governo com avaliação ainda mais baixa, de 36%. E com avaliação de regular e ruim/péssimo altíssima, somados, de 63%, contra sofríveis 58% de Fernando Henrique.
Mesmo com a perda de oito pontos em idênticos dois anos e meio do seu mandato, Dilma Rousseff ainda recebe 57% de conceito ótima/boa presidente. Mais 18 pontos do que Fernando Henrique e 21 acima de Lula. E, na soma dos conceitos regular e ruim/péssima, os seus 42% são 16 pontos menores que os de Fernando Henrique e 21 menores que os de Lula.
Ainda uma constatação curiosa: entre o Datafolha de março e o de agora, intervalo em que se registra a perda dos oito pontos, a opinião de regular e ruim/péssima sobre Dilma aumentou apenas um ponto, de 41% para 42% –na margem de erro, portanto.
Que efeito tiveram aqueles humilhados números de Fernando Henrique e de Lula na busca das respectivas reeleições? Rigorosamente nenhum. Nem mesmo algum efeito dificultante do processo de construção, nos meses seguintes, das duas vitórias.
(…)
As deduções mais negativas correspondem, suponho, ao clima propagado nos meses em que se deu a perda dos oito pontos por Dilma. Pode-se dizer que, nos comentários todos, a inflação é a causa da perda. Ou a principal. A pesquisa contém indício claro nesse sentido. Mas o que a mim parece também claro é que não foi propriamente a inflação sentida, foi a inflação ouvida e lida. Posta nas cabeças pela artilharia com que os meios de comunicação fazem os índices vizinhos do limite, a tal “meta” estabelecida há meses, parecerem uma explosão inflacionária.
(…)
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