domingo, 16 de junho de 2013

Combater a Cultura Autoritária
-Também uma pauta política importante nesses tempos-
No passado, em algumas nações a população se convenceu de que esse era o melhor caminho.

Algumas pessoas não entenderam porque escrevo sobre o autoritarismo.  É porque precisamos afirmar e consolidar no mundo uma cultura de paz. Fazer um bom combate, contrapor uma visão de violência no trato das divergências de ideias, por uma capacidade cada vez maior de negociar e construir consensos.
Esse, aliás, é um dos grandes desafios atuais da humanidade.  Com tanta informação e tecnologias disponíveis para se comunicar, estamos cada vez mais próximos e distantes uns dos outros.  Um paradoxo intrigante e de desfecho ainda imprevisível.
Por isso é importante atuar na defesa de valores significativos principalmente para os jovens, vislumbrando com isso uma geração mais inteligente no trato de suas emoções e na relação de poder.
Eu não sou daqueles que procuram estigmatizar instituições ou pessoas quando falo dos tempos da ditadura militar. Muitos se equivocaram na época, inclusive parte dos que deram o golpe pensando em devolver o poder pouco depois, e também foram traídos com o Golpe dentro do Golpe, como agora é de conhecimento de todos através dos relatos de quem viveu aquela época.
O importante é não deixar repetir os mesmos equívocos.  Não ficar facilmente influenciável por apelos ditos nacionalistas que muito se assemelham ao que foi produzido pelo Fascismo no século passado.
Mas o que me preocupa é a cultura autoritária impregnada em muitos de nós.  Percebemos sua força na forma de julgar os erros dos outros e na maneira que tratamos os desafetos. Quando queremos que a justiça seja justa somente para os inimigos, por exemplo.
Vejam o debate sobre a violência envolvendo jovens, em que a saída para alguns é a redução da idade penal.  Respeito, mas será que o melhor não seria optarmos por políticas sociais mais eficientes, e investimentos maiores nos espaços reservados para políticas de ressocialização de menores infratores?
O fenômeno dos adolescentes em conflito com a lei é complexo e envolve questões técnicas e éticas; sistemas e sujeitos; fatos e contextos; coletividades e subjetividades.
Outro ponto que me chama a atenção sobre nossa cultura autoritária, se estabelece nas relações de trabalho, nas relações de poder quando deixamos claro nossa soberba ao tratar com os “subalternos”, como alguns se referem.   Deixando escapar as vezes um intimo olhar que a sombra das palavras oculta. Ter autoridade é diferente de ser autoritário, é como liderança: “se precisa provar que é, então você não é.“
Como não somos perfeitos, cuidemos todos nós de acertar mais.  De querer de verdade e com veemência melhorar e tornar o mundo melhor.  Nossa natureza pessoal as vezes se mostra dura e feroz, no entanto, podemos resistir e fazer pausas como escreveu Érico Veríssimo: “ Precisamos, entretanto, dar sentido mais humano às nossas construções.  E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.”
Bom domingo a todos.

Vilson Roberto

Ex-Prefeito de Cruz Alta – 2005/2008 e 2009/2012

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