Marcia Angell, a coragem na luta contra ação de laboratórios
Enviado por Vivi - Do site do Cremesp
Entrevista com Marcia Angell
"Ainda fazemos pesquisas demais nos países subdesenvolvidos, permitindo a ultrapassagem de barreiras éticas com facilidade”
Concília Ortona*
"Ainda fazemos pesquisas demais nos países subdesenvolvidos, permitindo a ultrapassagem de barreiras éticas com facilidade”
Concília Ortona*
Marcia Angell, professora do Departamento de Medicina Social da Harvard University, dos EUA, é, sem dúvida, uma mulher corajosa e importante. Corajosa, por enfrentar grandes laboratórios farmacêuticos, apontando, em livro publicado em 2004, condutas antiéticas envolvendo conflitos de interesses, manipulação de resultados em ensaios científicos e “maquiagem” de medicamentos conhecidos, oferecidos ao público como novidades, entre outras facetas. Anos antes, em 1997, Angell já havia provocado surpresa ao assinar editorial no New England Journal of Medicine sobre estudo antiético patrocinado pelo poderoso National Institutes of Health (NIH, que agrega 27 centros de pesquisa norte-americanos), apoiado pelo Food and Drugs Administration (FDA), que colocava fetos de gestantes soropositivas africanas em risco de contrair o HIV.
Importante, por ser a única representante do sexo feminino a assumir o cargo de editor-chefe do New Englanddesde a sua fundação, em 1812. Para dar uma ideia do respeito que goza nos EUA, a professora Angell integrou a lista das “25 personalidades mais influentes” daquele país, elaborada pela revista Time.
Na atual fase, seu espírito combativo se direciona ao abuso de prescrições de drogas antipsicóticas a crianças, e às chamadas medicinas alternativas. “Sou crítica a toda prática em Medicina que não se baseie em boa pesquisa ou, pelo menos, em forte plausibilidade biológica”, explicou, em entrevista exclusiva concedida à Ser Médico.
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