Por que os americanos bombardearam Hiroxima se a guerra já estava ganha?
Paulo Nogueira 6 de agosto de 2013 - diário do centro do mundo
Os
japoneses pagaram o preço da rivalidade entre Estados Unidos e Rússia.
Depois da
bomba
São 68 anos, hoje(06.08),
da Bomba de Hiroxima.
Recomendo um pequeno grande
livro. Chama-se exatamente Hiroxima, e foi escrito por Lawrence Yep.
Todo mundo deveria ler. Não
me consta que esse livrinho – no tamanho — tenha sido editado no Brasil.
É uma pena.
São 50 páginas que contam o
horror provocado pelos americanos ao tomar a decisão cruel, absurda de destruir
uma cidade inteira com suas crianças, velhos, mulheres.
A guerra já estava ganha.
Hitler já se matara.
Por que os americanos
fizeram uma coisa tão monstruosa? Uma retaliação ao ataque de Peal Harbour
pelos japoneses não faz sentido.
Pearl Harbour era uma base
naval. Não uma cidade. Seria como responder com um tiro a quem mandou um email
malcriado para você.
Desproporção total.
O que os americanos queriam
era evitar que os russos, que tinham batido os alemães e definido o destino da
guerra, se sentissem fortes demais.
A bomba atômica foi um
fator intimidador usado pelos Estados Unidos contra, sobretudo, a Rússia às
vésperas da inevitável Guerra Fria.
Mas a que preço para
Hiroxima.
O livrinho mostra que os
habitantes da cidade achavam que até ali Hiroxima tinha sido poupada de bombas
pelos americanos porque era bonita.
Mostra também a
perplexidade do piloto do Enola Gay, o avião do qual foi jogada a bomba, ao ver
depois as consequências. “O que fizemos?”, ele se pergunta.
A resposta é óbvia. Fizeram
uma chacina.
A bomba ao cair espalhou um
fogo intenso num raio longo. Milhares de pessoas foram imediatamente
carbonizadas. Muitas outras morreram afogadas ao se atirar num rio para fugir
do fogo.
Era o começo de um dia. As
crianças estavam indo para as escolas.
O livrinho mostra também
uma ‘Donzela de Hiroxima’. Assim foram chamadas mulheres jovens desfiguradas
pela bomba. Para elas se perdeu a possibilidade de atrair marido.
Algumas foram para o país
que as destruiu, os Estados Unidos, fazer plásticas. Cirurgiões plásticos
americanos se dispuseram a operar de graça.
Uma delas morreu na
cirurgia. Suas cinzas retornaram a Hiroxima numa caixinha, levadas pelas
conterrâneas no retorno à cidade devastada.
O livrinho também é um
lembrete dos crimes de guerra sistematicamente cometidos pelos Estados Unidos.
Com a impunidade de quem se julga dono do mundo.
Não.
Não é à toa que são tão
odiados.
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